Dando Confiança
Como é enorme o medo que temos de sermos enganados, né?!
É um medo tão grande que por vezes se torna descontrolado.
O medo dominando a razão.
E pior do que sermos realmente enganados é achar que estamos sendo
enganados.
Causamos ao outro o sofrimento de ser acusado pelo que não está fazendo
e sofremos também por descobrir que estamos sendo injustos.
Algumas pessoas dizem que confiança não se dá, se conquista, eu
discordo.
Acredito que a confiança não é um sentimento de segurança construído, mas
uma atitude. Decidimos depositar em alguém nossa confiança, decidimos acreditar
que aquela pessoa merece entrar ou permanecer em nossas vidas, e isso vale para
todo tipo de relacionamento.
Eu fiquei tão impressionada com essa realidade que fui pesquisar, e
descobri que existe uma fobia para definir o medo de ser enganado, pistantrofobia.
Pistantrofobia, é o termo usado para definir o medo irracional de
confiar em outras pessoas.
Assim como eu, existem milhares de pessoas que nunca ouviram falar dessa
fobia, mas com certeza já sentiu um pouquinho do que ela representa.
Talvez você já tenha sentido medo de estar falando com alguém e estar
sendo enganado.
Medo de ser vítima de más intenções, medo de abrir o coração pra alguém
e não ser valorizado, medo de ser vítima de um golpe, medo de ser feito de bobo
ou ser passado para trás... Não estou dizendo que todo mundo que sente esses
medos têm essa fobia, mas é interessante pensar que isso é tão real que pode se
tornar uma patologia.
Quem nunca sentiu esses medos?
E o mais assustador é que podemos nos tornar injustos, grosseiros, mal
educados, maldosos.
Se você nunca se sentiu vulnerável emocionalmente diante das intenções
de outra pessoa com você, sinta-se privilegiado.
É de Charles Chaplin o pensamento que diz que a vida é maravilhosa se
não se tem medo dela.
E eu concordo com ele.
Tenho muitos motivos para não acreditar no ser humano, mas, todos os
dias eu decido buscar muitos outros motivos pra acreditar. Sei que não posso
confiar em todo mundo, mas ainda confio na maior parte das pessoas que conheço,
elas vão definir se estou certa ou errada, crédula ou tola.
No livro de Cury, O Vendedor de Sonhos, ele diz o seguinte:
"Construí amigos, enfrentei derrotas, venci obstáculos, bati na
porta da vida e disse-lhe: Não tenho medo de vivê-la."
Que nossa coragem pra viver seja maior que nosso medo de sofrer. Porque,
no risco do sofrimento há um milhão de possibilidades de sermos felizes.
Nas chances de sermos enganados, existem muitas outras chances de não
sermos. Porque acreditar no pior que alguém pode ser se eu posso ser o melhor
de mim mesmo e instigar o melhor que há no outro?!
Eu prefiro continuar acreditando e investindo em confiança, do que viver
no terror do medo de não confiar em ninguém.
Acreditar é responsabilidade minha, honrar minha confiança é
responsabilidade do outro.
Danny Noronha.
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