Pelo Lado de Dentro
Estive absorta em reflexão sobre o valor do outro.
Sobre o quão importante é cada pessoa que conhecemos.
Quando encontramos ou conhecemos uma pessoa nem fazemos ideia do quanto ela já foi feliz, ou do quanto ela já sofreu, ou do que ela já viveu até esse momento.
Cada ser que conhecemos tem um universo escondido dentro de si, cada pessoa tem uma história e uma versão particular e exclusiva de tudo o que viveu.
É misteriosa e apaixonante cada alma existente, é profundo cada ser humano, embora a maioria não tome conhecimento da vastidão que há dentro de si.
Me encanta e me inspira, me comove e alucina o valor de cada alma e suas particularidades.
A pujança de suas pisadas mesmo quando lhes falta o chão.
A cortesia de seu sorriso mesmo na ausência de uma alegria.
De permanecer vivo mesmo quando a morte lhes toca onde a vida está mais arraigada.
Extasia-me a alma humana e sua imensa capacidade de se reerguer, até quando o coração é reduzido a escombros.
Um homem que encara sua humanidade com serenidade é capaz de tocar a alma do outro com o respeito que ela merece.
Palavras falam de intenções, o que o outro precisa é de uma atitude coerente, um ato de amor e empatia a altura do que intencionamos.
Deveríamos entrar em contato com as pessoas com a mesma solenidade que entramos na presença de Deus, pois na alma de cada ser humano há o valor divino da criação e a marca do amor sobre sua essência bem como a graça diária sobre a sua existência.
Muitos de nós não compreenderam ainda o amor ao próximo, porque ainda estão distantes de amar a si mesmos.
Quando descobrirmos o valor que temos, nos conheceremos o suficiente para entender o valor que tem nossa própria existência, e então teremos ciência do valor do outro.
Anseio que ao apertar a mão do outro e nossas palavras forem “prazer em conhecer”, haja também disposição em nossa alma para agir em sinceridade, aceitação e valorização do outro.
Que haja em nós disposição para além do teclar com alguém, sentir alguém, ter consciência de que atrás das telas frias dos aparelhos eletrônicos há um ser vivo ansiando por identificação e respeito.
Que sejamos capazes de tocar alguém pelo lado de dentro, antes de tocar suas mãos ou uma tela.
Danny Noronha
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