Amor Próprio, Amor ao Próximo



Eu estava com oito anos de casada e vivia uma das piores crises no casamento.

Eu lembro que estava tão brava com meu marido na época, que eu aproveitei uma tarde que estava sozinha em casa e decidi escrever uma carta

E nessa carta eu decidi fazer uma lista de todos os defeitos dele

Eu estava decidida a deixar documentado de forma bem clara o que ele fazia que me machucava

Eu estava tão cansada de ouvir coisas como “mas, o que eu fiz?”, “o que foi que eu fiz dessa vez?” “eu não fiz nada demais?” “ Tô de consciência limpa” “O que eu falei de tão ruim que te deixou assim” “Porque tu sempre vê problema onde não existe?” “Já vai começar?” “ Vai falar desse assunto de novo?”...

Eu estava disposta a explicar e ao mesmo tempo responder todas essas perguntas, que dessa vez eu não faria de uma forma verbal, pois essa técnica sempre acaba em briga

E foi aí que surgiu a ideia da carta. Eu estava sinceramente interessada em dialogar, 
comunicar, em solucionar nossas questões

Mas, de repente quando ia começar a lista de defeitos
e dos erros que ele cometeu comigo

Eu comecei a chorar e vi o quanto eu estava sendo ridícula

Eu mendigava amor e nem sabia!

Ninguém muda quando precisamos que elas mudem

As pessoas só mudam quando as convêm,
não importa se você deixou os defeitos bem explicados
ou se já falou mil vezes, elas não vão mudar pelo seu muito falar

As pessoas mudam sim, acredito nisso, eu mesma já precisei mudar, já precisei me reinventar, me refazer diversas vezes

É certo que as pessoas mudam, contudo elas jamais mudarão no nosso tempo, do nosso jeito, no alento da nossa necessidade

Ao final da carta, entre lágrimas e rabiscos, eu havia feito
uma lista dos meus próprios erros, escrevi em detalhes 
um rol de defeitos e imperfeições

Enfim, eu havia entendido que a mudança que precisamos
reside em nós

Se sou eu que me encontro incomodada com uma situação 
ou pessoa, sou eu que preciso mudar diante disso

Isso não quer dizer que o outro não precise mudar
não estou falando de culpados e sim de responsabilidade pessoal

Admitir meus erros e procurar mudar, foi uma atitude de amor a ele. Contudo, fazendo isso eu dei a ele uma mensagem de que não precisava me amar

Cometi um erro terrível, e temo não conseguir repará-lo, eu não me amei.

Não me amei, e com isso não ensinei as pessoas a me amarem.

Nem percebi que amor próprio não é procurar ser sempre melhor, amor próprio também é exigir que o outro melhore.

Amor próprio amor próprio é se aceitar, e não apenas mudar para que o outro me aceite.

Amor próprio e amor ao próximo são duas coisas muito diferentes, extremamente diferentes.

Amar o próximo é estimar o outro apesar de seus erros, amor próprio é ter autoestima.

Danny Noronha
Danny Noronha

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

EU SOU BRASILEIRA!

O Certo é Viver

Estou Aprendendo a Viver!